Os Doze Passos, utilizados no tratamento de dependentes químicos e alcoólatras, são uma abordagem amplamente adotada em clínicas de recuperação como a Bella Clinic, oferecendo um caminho baseado na espiritualidade e no autoconhecimento.
Eles foram originalmente criados pelos Alcoólicos Anônimos (AA) e hoje são aplicados em várias outras dependências, como os Narcóticos Anônimos (NA). Esses passos visam proporcionar uma estrutura que ajuda os dependentes a lidarem com seus vícios e a reconstruírem suas vidas de maneira mais saudável e equilibrada.
Então, vamos lá: os Doze Passos são uma série de princípios que, quando seguidos como parte do estilo de vida, ajudam a “expulsar” a compulsão pelo uso de substâncias, trazendo mais paz e equilíbrio à vida dos pacientes e acolhidos. Eles foram desenhados para funcionar tanto individualmente quanto em grupo, permitindo que os envolvidos encontrem apoio uns nos outros, troquem experiências e se desenvolvam em um ambiente seguro e livre de julgamentos.
Como a clínica de recuperação introduz o modelo Doze Passos na internação?
O processo começa com o Primeiro Passo, onde o indivíduo admite que perdeu o controle sobre sua vida por causa do álcool ou das drogas. Daí em diante, cada passo vai trabalhando aspectos como espiritualidade, reconhecimento de falhas e erros, aceitação de ajuda de uma força maior, e a busca por reparação de danos causados a outras pessoas.
Mas, vamos ao que interessa: como isso funciona na prática dentro da clinica de recuperação?
Bem, embora os pacientes não possam sair da clínica para frequentar reuniões externas do AA ou NA, a equipe da clínica realiza o que é chamado de “Simulado de NA/AA”.
Isso nada mais é do que uma recriação das reuniões dentro da própria clínica. Assim, os acolhidos podem experimentar a dinâmica de uma reunião real, compartilhando suas histórias, ouvindo outras pessoas e praticando os Doze Passos.
Durante essas reuniões simuladas, os pacientes e acolhidos são incentivados a refletir sobre os passos e como eles podem aplicá-los em suas vidas. Cada encontro aborda um ou mais princípios dos Doze Passos, ajudando a construir um senso de comunidade e apoio mútuo entre os participantes.
Além disso, a clínica complementa essas reuniões com sessões terapêuticas individuais e em grupo, que aprofundam ainda mais os temas tratados nos passos.
Para quem pensa que seguir os Doze Passos é algo difícil, na verdade, é uma jornada de autodescoberta e fortalecimento emocional. Passo a passo, a pessoa vai percebendo que é possível reconquistar sua vida, afastando-se dos vícios e construindo um novo estilo de vida.
Claro, não é um processo que acontece do dia para a noite, mas os Doze Passos são uma ferramenta poderosa para quem está comprometido com a mudança.
Então, se você ou alguém que você conhece está em busca de um tratamento que combine terapias tradicionais com uma abordagem espiritual e holística, os Doze Passos, aplicados na Bella Clinic, são uma ótima opção para apoiar essa jornada de recuperação e transformação pessoal.
Os 12 Passos dos Narcóticos Anônimos (NA) são uma adaptação dos princípios dos Alcoólicos Anônimos (AA), aplicados ao tratamento de qualquer tipo de dependência de substâncias. A ideia é simples, mas poderosa: ajudar as pessoas a assumirem a responsabilidade por suas vidas, a desenvolverem autoconhecimento e a encontrarem apoio em uma força maior. Abaixo estão os 12 Passos de NA, com um comentário mais descontraído sobre o que cada um significa na prática:
Os 12 passos de Narcóticos Anônimos e mais…
1. Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção — que tínhamos perdido o controle sobre nossas vidas.
Comentário: Aqui, é como admitir: “Ok, não tô no controle dessa bagunça.” Você reconhece que o problema está maior do que você e que tentar resolver tudo sozinho não tá rolando. É o famoso “perdi as rédeas da vida”.
2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
Comentário: Pode ser Deus, pode ser o universo ou até sua tia-avó. A questão é que você começa a aceitar que talvez, só talvez, tenha uma força maior que pode te dar uma mãozinha nessa recuperação.
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados desse Poder Superior, da maneira como o concebíamos.
Comentário: Hora de largar o controle! É tipo passar a bola para alguém que manja mais. “Deus, ou quem quer que seja, toma aqui, vou precisar de ajuda para dar um jeito nessa confusão.”
4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
Comentário: Aqui, você dá uma olhada de verdade nas suas falhas, nos seus deslizes, no que você anda fazendo de errado. Pense nisso como aquela faxina pesada que você adiou por meses. Agora, não tem como fugir!
5. Admitimos para Deus, para nós mesmos e para outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
Comentário: Não dá para guardar tudo só para você. Nesse passo, você se abre para alguém e diz: “Sim, fiz besteira, e aqui estão as provas”. É tipo se confessar, mas para alguém de carne e osso que vai te ouvir sem te julgar.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
Comentário: Agora, é hora de se abrir para mudanças de verdade. Você já admitiu suas falhas, agora está pronto para deixá-las ir, e pede ajuda para isso. É como dizer: “Estou preparado para me tornar uma versão melhor de mim mesmo”.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
Comentário: Depois de pedir ajuda para lidar com os defeitos, você vai lá com humildade e pede, de coração: “Me ajuda a ser uma pessoa melhor, por favor”. Não é nada fácil, mas é um passo essencial.
8. Fizemos uma lista de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a fazer reparações a todas elas.
Comentário: Aqui, começa a parte difícil: lembrar das pessoas que você magoou. Vai doer, mas é o primeiro passo para tentar consertar as pontes que você queimou pelo caminho.
9. Fizemos reparações diretas a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
Comentário: Esse é o “cara a cara”. Você se prepara para pedir desculpas, tentar consertar as coisas, mas com bom senso. Às vezes, mexer em certos assuntos pode piorar a situação, então o importante é usar a cabeça.
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitimos prontamente.
Comentário: Isso aqui é tipo uma manutenção. Não adianta arrumar a casa e depois deixar a bagunça tomar conta de novo. Você vai constantemente revisando suas ações e, quando der mancada, admite logo de cara.
11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, da maneira como O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.
Comentário: A gente não tá falando só de religiosidade aqui, mas de buscar um tempo de reflexão e paz interior. O lance é encontrar esse equilíbrio para saber o que fazer da vida, além de manter a calma para seguir adiante.
12. Tendo experimentado um despertar espiritual graças a esses Passos, procuramos levar esta mensagem a outros adictos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
Comentário: Esse é o “passar adiante”. Depois de trilhar o caminho, você quer ajudar outros a fazerem o mesmo. É sobre compartilhar o que aprendeu e continuar aplicando esses passos em todas as áreas da sua vida.
Resumindo, os Doze Passos são sobre aceitar sua vulnerabilidade, buscar ajuda de algo ou alguém maior do que você, e encontrar um jeito de viver com mais paz, honestidade e propósito. Não é uma fórmula mágica, mas com certeza é um caminho bem poderoso para quem está na recuperação!